Macumba

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quinta-feira, 4 de junho de 2020

Apókalipsé


 Gates, Trump, Bolsonaro e a Internet



Ao que consta, a plataforma inicial da internet foi desenvolvida em ambiente de guerra com o fim de desvincular as pontas da comunicação, ou seja, se queria ter certeza que uma mensagem chegasse ao destino, sem com isto o remetente fosse exposto.

Daí evoluiu como meio de comunicação direta e de grupos em seu início social, para então a aplicação atual com duas utilidades de altíssima tecnologia, uma aliada a linhas telefônicas resultando no “zap”, e outra com finalidade meramente expositiva: o endereçamento que permite as informações em páginas pessoais, empresariais e de instituições públicas. E temos ainda uma utilização próxima a sua origem, ainda que tida como marginal à transparência, a deep web.

Certo, a internet é intermediário relacional amplo, ou seja, conectando pessoas, mas com uma característica muito própria e diferente dos demais casos que envolvem terceiros: falta de dono ou incentivador/sabotador, o que por fim gera uma característica única: ausência de liderança.

E o que a configuração atual de mundo tem a ver com isso?

Bom, se Bill Gates quer por medo em todos os habitantes do planeta através da OMS para se apresentar como salvador mediante fabricante de vacinas é porque quer ser líder global.

Se Trump gosta de afirmar a posição dos EUA como líder Global é porque quer o mesmo de Gates na qualidade de Presidente.

Se Bolsonaro acha tão importante ser Presidente como demonstra seu currículo é porque acredita que a liderança institucional pública é relevante ansiando assim o mesmo que Gates e Trump.

E também vale citar a China que quer impor sua medicina ao Globo pela mesma razão.

Mas porque é tão importante essa questão de liderança? Cobiça de fazer ou possuir algo? Alguma necessidade de proteção mediante o receio de um líder tosco utilizar eventual estrutura, notadamente estatal, para atacar ou esculhambar? Falta do que fazer?

Um desfecho nesse mês parece ser bastante elucidativo dessa parábola.

Como é sabido a PF se tornou um órgão acéfalo, ou seja, seus servidores não querem questionar ordens superiores pelo que seguem a hierarquia interna como uma Firma digna dos filmes mais sinistros de obediência institucional.

Mas até aí tudo bem pois temos uma Constituição garantista daí alguns exageros ou perseguições a parte o órgão não tem extrapolado demasiadamente, também considerando a boa qualidade dos últimos DGs.

Em suma, o órgão apesar de mal estruturado funciona sem grandes pontas ou cometimento de atrocidades porque se tornou uma Firma tão fechada que desobedecer a lei acabou por ser desaconselhável, ao menos durante o regime constitucional vigente.

A problemática surgiu agora. Enquanto o cumprimento cego as ordens se davam aos juízes e ao chefe do executivo não havia conflito, mas se um manda ferrar o outro aí fica difícil.

Porém o esquema desses policiais federais de não quererem questionar ordens institucionais tem alguma semelhança com o processo de criação da internet?

Toda.

O policial federal se não antes de entrar na PF logo no primeiro mês de trabalho percebe que a “Firma” funciona ao avesso. Ocorrem bizarrices e ficam impunes. Que não existe organização saneadora, pelo contrário há o eterno incentivo a disputas. Em um rápido resumo algo como pais que estimulam brigas entre filhos para que sintam suas autoridades paternas agraciadas. Como se fala internamente, uma autofagia promovida por tudo e todos.

Infelizmente essa pilotagem da Firma compartilhada pela magistratura junto com a presidência da República deu ruim e veremos como se dará esse pretenso vulcão brasileiro sob as perspectivas dos três polos:

A perspectiva do bom samaritano crente na hierarquia interna da Firma, daquele que visa ser parte acéfala da espinha dorsal nacional como razão de colocação profissional, lutando ser a atitude mais “segura” ou recompensadora.

Também a perspectiva do julgador, carreirista do judiciário, aquele que acredita num suposto poder existente em determinado órgão público de julgar o próximo para então supostamente ficar imune de julgamento. Hipótese negadora da paródia bíblica de que quem com o ferro fere com o ferro será ferido, dentre outras frases com o mesmo significado.

E, por fim, a perspectiva do Mito, aquele que não acredita em nenhuma das hipóteses antecedentes.

Veremos se o Mito vai pagar pra ver. Reezo para que não!! Mas se avançar estaremos diante do Judgment day. Não exatamente o bíblico em que o criador julga a criatura. Não exatamente o da saga Terminator em que a IA julga os humanos seres escravizáveis ou inimigos.

Veremos o dia de julgamento brasileiro ou como outros diriam tupiniquim, em que todos tem culpa da porra toda por um lado, e ninguém tem culpa de porra nenhuma por outro...

Como disse o Mito, Acabou porra!

Vai ver a culpa é da Porra!? Que assim seja pois apukalipse brasileiro vai fazer o bíblico parecer resort de verão!

Só nos restar rezar para que o Mito não tente encaçapar essa sinuca de bico que vão armar para ele, pois essa armação parece estar encomendada pelas togas do STF em conluio com os “bons religiosos” da Firma.

Só Jesus na causa, como dizem os crentes cariocas, plisssss ...



PS: Famoso pensador em suposto nojo da própria existência afirmou que o homem é um retrocesso em relação a sua origem de animal. Disse que o homem carece da figura do líder sobre si próprio ou outrem enquanto os animais vivem bem independente dessa necessidade.

Se assim for, quiçá Mito seja o homem que deu certo!? Pois que ele parece ignorar as lideranças de seu próprio país, ou inclusive o politicamente correto que os guarnece. Diante da dúvida não sei se devemos comemorar a possível evolução dele ou chorar a estagnação dos demais homens, já que ele parece ser o único a agir alheio a qualquer cadeia de comando ou submissão mitológica.

Como diria o curioso, talvez o anarkista: Liderança para que, PORRA?!?